quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

meio frio

sob o cinza que pintou na minha tarde
carrego o som e a poesia em passos largos
não é pressa, mas é o embalo que me leva,
entre embalagens de balas sabor de menta

não me importa se está meio frio
nem tampouco se ando no meio fio
me equilibro entre a falsa calmaria da calçada,
e a correria das pistas em que desfilam caras

onde busco minha distração me perco,
conto voltas, perco tempo, ganho histórias,
perco histórias em negativos não revelados,
mas comigo ficam figuras, peças d'um teatro

corro imagens imagináveis em partes
formo blocos, corro os olhos, e me demoro
em pistas calçadas por novos cruzamentos
que ninguém repara ou pára para ver mesmo

enquanto o cinza se permite meio frio
é quando a gente se esconde em cores,
e a gente encenando papéis em meio ato,
difarçando e equilibrando todos os lados.

by Danilo Maramaldo em 31/01/2008.

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